Biografias

Diversas

I


Brecht é um dos autores alemães mais importantes do séc, XX, especialmente nas suas facetas de dramaturgo e de poeta. De formação marxista, Bertolt Brecht (seu nome artístico) dava grande importância à dimensão pedagógica das suas obras de teatro: contrário à passividade do espectador, sua intenção era formar e estimular o pensamento crítico do público.

Para isso, servia-se de efeitos de distanciamento, como máscaras, entreatos musicais ou painéis nos quais se comentava a ação. Brecht expôs em escritos de caráter teórico e encenações modelares essa nova forma de entender o teatro.

O reconhecimento de sua genialidade chegou muito depressa: em 1922, foi concedido ao jovem Brecht o prêmio Kleist por Tambores da Noite. No entanto, no princípio dedicou-se à assessoria artística, trabalhando, por exemplo, para o Teatro Alemão de Berlim, de Max Reinhard, entre 1924 e 1926.

Brecht consolidou-se como escritor independente logo após os musicais Ópera dos Três Vinténs (1928) – que bem mais tarde inspiraria a Ópera do Malandro, do brasileiro Chico Buarque de Holanda – e Ascensão e Queda da Cidade de Mahagonny (1930), escritos em colaboração com o compositor Kurt Weil.

A crítica social contida nessas obras e seu humor cínico causaram escândalo na República de Weimar * alemã.

A ascensão ao poder dos nazistas marcou o início de uma longa odisséia para Brecht, que, no final, o conduziu à Califórnia, onde permaneceu até o final da guerra e onde escreveu muitas das suas famosas obras teatrais:
Galileu Galilei (1938),
que aborda a responsabilidade da ciência, dando três pontos de vista distintos nas suas três versões;

a peça antibelicista Mãe Coragem (1939);

A Boa Pessoa de Setzuan (1941).

Em colaboração com Lion Feuchtwanger, em As Visões de Simone Machard, transportou para a época da Segunda Guerra Mundial o mito de Joana d´Arc, personagem que já tinha abordado em 1930 em Santa Joana dos Matadouros, que só estreou em 1959.

A obra contra Hitler, A Ascensão Irresistível de Arturo Ui, escrita no exílio na Finlândia, em 1941, só estreou depois da morte de Brecht. Após o regresso à Alemanha Oriental, fundou - e, a partir de 1949, dirigiu com sua mulher - o Berliner Ensemble, onde se encenavam principalmente suas obras.

Tal como as peças de teatro, a obra lírica de Brecht, publicada em quatro coleções, contém uma importante carga de crítica política e de ironia, embora também tenha composto poemas de amor muito pessoais.

São especialmente conhecidas as Histórias do Sr. Keuner, coleção de breves episódios, que escreveu desde 1930 até a sua morte e foi publicada em 1958.

http://www.netsaber.com.br/biografias/ver_biografia_c_134.html

* República de Weimar, denominação do regime existente na Alemanha de 1919 a 1933, ano em que o dirigente do Partido Nacional-socialista (nazista) Adolf Hitler revogou a Constituição e assumiu o poder.

A República foi proclamada em 9 de novembro de 1918, depois de uma rebelião contra o governo que se negara a iniciar conversações que poriam fim a I Guerra Mundial.
O imperador Guilherme II fugiu do país e Friedrich Ebert foi eleito presidente da República.
A Alemanha sofria de graves problemas econômicos, sociais e políticos depois da guerra, além de enfrentar as duras condições impostas pelo Tratado de Versalhes. Gustav Stresemann assumiu o governo, conseguindo estabilizar a situação do país. O pagamento de indenizações foi facilitado pelo Plano Dawes e Stresemann assinou os Tratados de Locarno.
Em 1925 Paul von Hindenburg foi eleito presidente da República.


A depressão econômica mundial, iniciada em 1929, conduziu a Alemanha a uma nova crise. A situação foi bem aproveitada pelo Partido Comunista Alemão e pelo Partido Nacional-socialista Alemão (nazista) de Adolf Hitler.
Os nazistas obtiveram a maioria nas eleições de julho de 1932 e Hitler foi nomeado chanceler, por Hindenburg, em 30 de janeiro de 1933. Em seguida, Hitler extinguiu o cargo de presidente e se autoproclamou Führer (‘condutor’) do Terceiro Reich.
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